Muito se fala acerca da oração no Espírito, porém, muito do que é dito não tem nenhuma relação com aquilo que a Bíblia preceitua.
Um erro grosseiro é a afirmação de que orar no espírito é falar em "línguas estranhas". Aliás, é estranho ao Novo Testamento tal ensino. Realmente não há sustentação escriturística.
Romanos 8.26,27 diz que não sabemos orar como convém, mas que o Espírito Santo intercede com gemidos inexprimíveis. Ora, não é o crente que emite tais gemidos! Diz o texto sacro que é o Espírito Santo que age assim. Logo, não tem nada a ver com o crente falar numa linguagem incompreensível. O Espírito Santo geme diante do Pai, envolve-se num relacionamento dentro da Trindade, é feito com tal intensidade que não há palavras que possam exprimir.
Em I Coríntios 14.14,15 diz que na igreja é necessário inteligibilidade. Mostra que é preciso orar com a mente, isto é, ter entendimento. O crente tem que saber o que é dito. Inexiste base bíblica para a anulação da mente humana quer no ato de culto quer no privado Tudo precisa ser feito de maneira compreensível.
Na epístola de Judas, versículo 20, fala sobre a edificação ao orar no Espírito. Não diz que o crente deve falar numa língua ininteligível.
Na Bíblia inexiste uma língua especial pra falar com Deus. A língua apropriada é a nativa do falante. A língua a qual utilizamos em oração é inteligível, portanto.
Oração no Espírito não tem nada a ver necessariamente com emoção, embora esta possa perfeitamente estar presente. Todavia, não é pautado no sentimento tampouco na emoção humana.
A oração no Espírito é induzida, sugestionada pelo próprio Espírito Santo. O crente é despertado para a oração, visto que o Espírito habita no crente e o guiará. Orar no Espírito é orar sob a direção do Espírito!
Orar no Espírito é ser direcionado pelo mesmo, conduzindo o crente na sua petição que deverá estar alinhada com a vontade soberana da terceira pessoa da Trindade.