sexta-feira, 21 de outubro de 2022

Espírito Santo (Pentecostes e seus desdobramentos)

Falemos a verdade em amor. Jesus disse aos seus discípulos aguardarem em Jerusalém, visto que, seriam do alto revestidos de poder. Este é para serem testemunhas dele. Os crentes hoje em dia precisam ir a Jerusalém para ser revestido de poder espiritual? Claro que não! Tampouco os crentes atualmente necessitam aguardar tal revestimento. Isto porque aqueles discípulos estavam numa situação histórica bem diferente da nossa. Eles já eram convertidos, salvos, portanto. Contudo, não tinham recebido o Espírito Santo nos moldes da Nova Aliança. 

O Espírito Santo ainda não tinha sido dado, era preciso Jesus ser glorificado - que compreende a ressurreição e ascensão do Filho de Deus aos céus. Todavia, no dia de Pentecostes cumpriu-se, parcialmente, a profecia de Joel. O Espírito Santo foi derramado sobre os discípulos. Outros desdobramentos do Pentecostes mostra que o Espírito de fato já veio sobre toda carne, já que alcançou além dos judeus, os samaritanos, gentios e prosélitos.  

O mais formidável no dia de Pentecostes não foi os sinais visíveis e audíveis, mas sim, a democratização do Espírito Santo! Este veio de uma vez por todas, para sempre, habitar nos crentes. Infelizmente isso não tem recebido a atenção devida por parte de uns grupos religiosos. No entanto, está claro que a concessão do dom do Espírito Santo é para todo aquele que se arrepende e crê na pessoa bendita de Cristo Jesus, como Salvador e Senhor. Esta dádiva, isto é, o próprio Espírito Santo é dado no ato de conversão.

Efésios 2.8,9 - Dom de Deus

 Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus 

Dom é dádiva.  Trata-se de um presente recebido de Deus (sem merecimento algum por parte daquele que recebe). 

Alguns entendem que o “isto” refere-se à fé - citada anteriormente. Dessa maneira, concluem que a fé é dom de Deus. Parece-me que não é apropriada essa interpretação.

Se perguntarmos [ao texto] o que se trata vê que é sobre salvação (ou graça salvífica). Para tanto é preciso considerar o contexto. 

Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie” (Efésios 2.8,9).

Colocando os pingos nos is. Versa sobre a salvação pela graça - mediante a fé. Note que o “isto” está atrelado à salvação (assunto tratado no capítulo 2.1-10 – queira ler numa assentada só para melhor compreensão, por favor).

Observe que a salvação, antes de tudo, é pela graça, através da fé. E a salvação não vem de obras, para que ninguém se glorie. Além disto, o Novo Testamento apresenta a salvação como um dom de Deus, ou seja, uma dádiva!

Por ser a salvação um presente é recebido de maneira graciosa; não é conquistado ou obtido pelo homem. Tanto o texto quanto o contexto, e à luz do ensino geral das Escrituras, verifica-se que o “dom de Deus” em questão sem dúvida é a salvação.

quinta-feira, 20 de outubro de 2022

Repúdio ao presidente da Rússia

Todo santo dia vejo, com os olhos que um dia a terra há de comer, cidades ucranianas sendo bombardeadas por ordem do insano presidente Putin. Quanta atrocidade cometida pelo líder da Rússia! Homem sanguinário, cruel e covarde. 

Espero que a Rússia seja responsabilizada de tal maneira que venha arcar com os custos para reconstrução da Ucrânia. E que o Pútin seja levado ao tribunal pelos crimes de guerra cometidos contra civis. Ademais, a Rússia deveria perder assento no conselho de segurança da ONU. Ter poder de veto, ainda, é um tapa na cara de toda a humanidade. 

Sinais audíveis e visíveis do dia de Pentecostes

 


Aprecio o ensinamento bíblico sobre a temática. No entanto, não coaduno com algumas interpretações hodiernas. Apesar disto, não me vejo como apologista. Sou um expositor das Escrituras.

Percebo que bastantes versículos são utilizados indevidamente. É aquela velha e tão repetida história do chamado texto sem contexto ou ainda versículo isolado fora do contexto! Alguns dos propaladores, pasme, incorrem no mesmo erro. Triste e dura realidade no cenário religioso. Todavia, nem tudo está perdido.

Consta realmente a promessa do batismo no Espírito Santo nos evangelhos. O próprio Cristo, de acordo com Atos dos Apóstolos, ordenou que os discípulos esperassem em Jerusalém a promessa do Pai. O cumprimento da profecia de Joel, inclusive, deu-se no dia de Pentecostes.

Isto é significativo. Mostra que o evento é histórico, único, por isso irrepetível. Talvez alguns leitores fiquem confusos com essas palavras, mas deixem-me explicar: O evento na cruz do Calvário é histórico, como tal não se repete. Cristo Jesus não pode voltar na cruz e ser crucificado novamente, como se isso fosse possível. Semelhantemente, o mesmo se dá no Pentecostes. Aprouve a Deus derramar o seu Espírito sobre toda a carne naquele dia festivo. E, nas palavras petrinas foi o cumprimento da profecia de Joel. Ora, dessa forma o evento Pentecostal não se repete.

Agora, uns poderão perguntar, como ficam as pessoas após o acontecimento daquele dia memorável? A resposta dada pelo apóstolo quando indagado pelos judeus presentes na cidade não foi para continuar na cidade, tampouco os sugeriu a buscar o batismo espiritual depois de se converterem a Jesus. Antes, afirmou-lhes que deveriam se arrepender e ter fé em Jesus, como resultado receberiam o dom do Espírito Santo.

Não foi ensinada uma etapa posterior à salvação, porém, tornariam habitação do Espírito Santo ao se converterem, pois as condições apresentadas para a outorga do dom do Espírito são as mesmas [da salvação]. Foram agregados na igreja, salvos, portanto, tiveram a primeira experiência com o Espírito Santo de Deus!

Talvez uns leitores queiram que me reporte ao evento pentecostal a fim de explicar os sinais daquele dia. Pois bem. É necessário esclarecer que o sinal nunca é maior do que o evento. Isto porque o sinal aponta para algo superior. O mais extraordinário naquela ocasião não foram os sinais – visíveis e audíveis, mas a democratização do Espírito Santo.

Ocorreu um barulho como de vento veemente – não houve ventania onde os discípulos estavam. Tudo indica que o ruído que chamou a atenção daqueles que estavam em Jerusalém por conta da festa de Pentecostes. Foram vistas línguas repartidas sobre os discípulos – este fenômeno foi observado pelos 120 discípulos, inexiste indício de que foi visto pela multidão. E, o último sinal foi os indubitáveis idiomas humanos falados pelo grupo de seguidores de Jesus. Note bem que foram falados dialetos e idiomas. Línguas reais, inteligíveis.

Destes três sinais pode asseverar mais algumas coisas. Os dois primeiros não mais se repetiram. A alegação que o fogo era símbolo de purificação não procede, pois antecedeu ao derramamento do Espírito. No que tange as línguas inteligíveis houve apenas mais dois registros anos após o evento pentecostal. Sobre o significado desses sinais escreverei noutra ocasião. Aguarde a postagem mui breve.

Repito que o acontecimento mais importante foi a outorga do Espírito Santo aos crentes, de uma vez por todas, para sempre. Sendo que atualmente uns só fixam seus olhos para o fenômeno de línguas. Por isso, é bom que fique claro que as línguas foram idiomas humanos concedidos de maneira miraculosa da parte divina. O milagre não foi na audição da multidão, porém, na fala dos discípulos, visto que, o Espírito concedeu a capacitação de falarem indubitáveis idiomas humanos. A multidão ouviu-os porque de fato estavam sendo falados dialetos e idiomas.

É cristalino que a natureza das línguas em Atos dos Apóstolos é idiomática. Rechaço qualquer tipo de tentativa de deturpação ou negação do fenômeno bíblico. Aqueles que acham que o batismo no Espírito Santo é evidenciado por línguas deverão falar em idiomas humanos de modo sobrenatural, sem estudo prévio, portanto. Caso contrário, estarão desautorizados pela Bíblia a asseverar que são as mesmas línguas.  

Os 120 discípulos que vivenciaram tanto a antiga quanto a nova aliança tiveram que aguardar em Jerusalém. Recebeu a outorga do Espírito Santo, conseguinte o poder espiritual para serem testemunhas de Jesus naquela cidade, na Judeia, Samaria e até os confins da terra. Nós não precisamos nos dirigir a Jerusalém, não é questão geográfica, muito menos esperar pelo derramamento do Espírito. Aliás, Paulo aos romanos diz que o Espírito Santo já foi derramado em nossos corações quando nos convertemos. E, ainda nos ensina que todos os cristãos já foram batizados no Espírito no começo da vida cristã.

Certamente que usufruímos dos efeitos daquele evento genuinamente pentecostal. A partir daquele dia o Espírito Santo veio para ficar para sempre com a Sua igreja.

Espírito da Verdade

O Espírito Santo - nosso ensinador

Espírito Santo guia em toda a verdade

Espírito Santo - Consolador

Poder do Alto - Atos 1.8

“Mas receberão poder quando o Espírito Santo descer sobre vocês, e serão minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judeia e Samaria, e até os confins da terra”.


Este versículo é bastante conhecido. Jesus havia dito aos seus discípulos que receberiam poder para ser testemunhas dele.
Alguns acham que esse poder é para mera exibição espiritual. Estes não compreenderam corretamente o que Jesus disse.
Outros exageram ao ponto de afirmar que a palavra ‘poder’ em grego significa um poder de dinamite. Realmente isso o autor não tinha em mente, visto que, a dinamite até então não tinha sido inventada.
Uma historieta: um crente argentino quando esteve no Brasil foi à determinada reunião cúltica. Nesta tinha muita agitação, movimentação, algaravia e bastante barulho. Ao término, perguntou a pessoa que o conduzira até aquele local o porquê de tanto estardalhaço. Como resposta ouviu que aquilo tudo era resultado do 'poder'. Ao que o ‘hermano’ acrescentou: só se for poder de destruir os tímpanos! Essa história real auxilia-nos a não confundir o genuíno poder divino com a capacidade do homem de produzir barulheira no culto. São coisas distintas.
Agora, tem uma ‘cosita’: tem uns que alegam ter poder do alto, porém, não tem caráter. O poder espiritual dado por Cristo Jesus para ser sua testemunha não os isenta de manifestarem o fruto do Espírito. Portanto, tanto o poder quanto o caráter devem ser patentes nas testemunhas de Cristo.

Ps: Poder em grego é δυναμις, ou seja, dynamis – essa é a transliteração. É justamente a raiz das palavras ‘dinâmico’, ‘dinamite’, e ‘dínamo’, porém, como salientado a dinamite sequer existia, por isso certamente o autor sacro não tinha esse conceito.

Hermano = Palavra em espanhol que significa irmão, parceiro, companheiro.

Cosita – Palavra em espanhol que significa coisinha.

Declaração Doutrinária da Convenção Batista Brasileira é Calvinista?

Morava noutro estado da federação quando participei de um concílio. Antes de começar, em conversa com um colega pastor, ouvi dele que a declaração doutrinária da convenção batista brasileira era calvinista. Disse-lhe que estava equivocado. Apresentei o tópico sobre eleição que desmoronava tal entendimento:

"Eleição é a escolha feita por Deus, em Cristo, desde a eternidade, de pessoas para a vida eterna, não por qualquer mérito, mas segundo a riqueza da sua graça. Antes da criação do mundo, Deus, no exercício da sua soberania divina e à luz de sua presciência de todas as coisas, elegeu, chamou, predestinou, justificou e glorificou aqueles que, no correr dos tempos, aceitariam livremente o dom da salvação. Ainda que baseada na soberania de Deus, essa eleição está em perfeita consonância com o livre-arbítrio de cada um e de todos os homens. A salvação do crente é eterna. Os salvos perseveram em Cristo e estão guardados pelo poder de Deus. Nenhuma força ou circunstância tem poder para separar o crente do amor de Deus em Cristo Jesus. O novo nascimento, o perdão, a justificação, a adoção como filhos de Deus, a eleição e o dom do Espírito Santo asseguram aos salvos a permanência na graça da salvação". 

O grifo é deste autor. Constata-se, portanto, que não corrobora com um dos cinco pontos do calvinismo. Então, dizer que a declaração doutrinária da mais antiga convenção batista em solo pátrio é calvinista não tem respaldo. O posicionamento da presente declaração é, digamos, intermediária. Sobre isso posso tratar noutra postagem, mas esclarecido está de que a alegação do distinto colega não coadunava. 

Em tempo: a amizade não foi afetada, continua até o dia de hoje.

Política e vacinação

Entendo que ninguém seja apolítico. Logo, todo mundo é político. Dito isso, sou político, porém, não partidário. 
Como cidadão cumpro os meus deveres e usufruto dos meus direitos constitucionais. Como pastor nunca fiz ingerência no que tange ao voto alheio. Penso que cada um é responsável pelos seus atos. 
Infelizmente, de um tempo pra cá, o negacionismo grassou na sociedade. Tendo, inclusive, muitos colocando em xeque até mesmo a vacinação. Esta sempre foi salutar e, corroborou com o bem estar da população. Todavia, sofreu todo tipo de ataque.
Sou favorável ao voto consciente e responsável conforme estabelecido na Constituição e à vacinação. Isto não tem nada a ver com minha preferência política, mas sim com minha convicção e caráter. 
Repudio a barganha política e toda sorte de politicagem. Tenho ojeriza a mentira, a maneira fraudulenta que chega a ser asquerosa em relação a vacinação. Que não me resta outra coisa a fazer a não ser me posicionar. 

* Alguém pode dizer que o título não tem nada a ver, porém, chegou ao ponto de até a vacina ser politizada. Daí estar relacionada. 

Placa de igreja não é importante? Como assim?

Vez ou outra escuto alguém dizendo que placa de igreja e/ou denominacional não é importante. Não é importante? Como assim? Geralmente quem propala tal coisa frequenta uma igreja que tem, justamente, placa que serve de identificação na sociedade na qual está inserida. 

Não há mal algum ter uma placa. É de bom alvitre, inclusive. Por isso que não entendo a fala em questão. Não faz sentido e é incoerente. Por falar nisto, seria coerente, então, retirar a placa da igreja! Sendo que ninguém que eu saiba ou tenha informação faz isso. Logo, propagar que placa de igreja não tem importância soa como algo falacioso. Realmente, desprovido de nexo.  

quarta-feira, 19 de outubro de 2022

Campanha política dentro da igreja

Assisti estarrecido um vídeo onde pessoas públicas, ligados a um grupo político fazia um discurso dentro de uma igreja pentecostal. A igreja era enorme, milhares de pessoas reunidas apoiando determinado candidato. Que coisa triste, lastimável.

Fico não apenas envergonhado, mas enojado. O que estão fazendo com a igreja de Cristo? Se é que Cristo está na igreja, pois a igreja em Laodiceia havia deixado Jesus no lado de fora. E o quadro descrito era Jesus batendo na porta para que a igreja deixasse Ele entrar afim de restaurar a comunhão. 

Ainda no vídeo, assisti foto do tal candidato além de gritos em apoio e até dancinha dentro da igreja puxado pelos que estavam à frente. Algo realmente deprimente. E assim caminha a humanidade.  

Guerra na Ucrânia

Tenho acompanhado a guerra na Ucrânia causada pela Rússia. Após a invasão russa em território vizinho houve um rastro de destruição e morte. Penso que a comunidade internacional devia adotar postura mais enérgica repudiando veementemente a atrocidade cometida por ordem do presidente russo. 
Além disto, os crimes de guerras devem ser imediatamente investigados e levados aos tribunais competentes. O presidente Putin não pode ficar impune. O mundo inteiro não deve se calar. Lamentavelmente há países que se isentam, e até abstém-se de decisões importantes na ONU, por exemplo. 
Cada dia fico com o coração apertado com os ataques a civis em território ucraniano. Quanta destruição e morte! Quanto sofrimento imposto pelo presidente russo na chamada "operação militar especial" que na prática é guerra, nua e crua.

terça-feira, 11 de outubro de 2022

Princípios de interpretação bíblica

Interpretar o Antigo Testamento não é algo fácil. O estudo deste precisa ser feito diligentemente. Para compreender uma passagem ou descobrir um trecho das Escrituras hebraicas devem considerar algumas coisas.


1) A posição histórica do escritor. Isto é importante, não pode ser relegado. Por isso deve-se incluir a história da época, as condições sociais e religiosas predominantes. É de bom alvitre conhecer a vida particular do autor e, se possível, os seus antecedentes.

2) A língua original em que o autor se expressou. Sabe-se que toda tradução implica necessariamente numa interpretação. Tendo isso em mente, o conhecimento da língua hebraica é indispensável para uma elucidação salutar do Antigo Testamento. Caso o estudante não tenha noção do hebraico bíblico sugiro que busque os melhores comentários acerca do texto original. Isto significa que me refiro aos comentários exegéticos.

3) O contexto da passagem. Os escritores sacros não escreveram cada versículo no vácuo, porém, seguiram a lógica e a razão, passando de um verso a outro. Por isso cada versículo precisa relacionar-se com os outros, de que faz parte. O versículo jamais poderá ser considerado estanque; ele faz parte de texto/contexto. Além do que não pode ignorar que a revelação é progressiva no Antigo Testamento.

4) A natureza da literatura. O gênero literário é importantíssimo para o aclaramento textual. Se o estilo do livro for ignorado a compreensão será totalmente comprometida.

5) As relações existentes com o seu futuro cumprimento.O Novo Testamento revela as verdades ‘escondidas’ no Antigo Testamento. Algumas verdades, que nem os próprios autores nem os expositores judaicos descobriram em suas declarações do Antigo Testamento, só se tornaram cristalinas em Jesus Cristo. Então, deve-se determinar primeiramente o que a passagem teria significado para o escritor e para sua geração. Após, procurar saber a relação que terá no plano eterno de Deus, que o próprio escritor talvez não compreendesse, mas que agora, para os que vivem na plenitude da luz da revelação, é claro.

* Francisco, Clyde T. Introdução ao Velho Testamento. 5ª.ed. Rio de Janeiro: JUERP, 1995. 288p.

O texto foi adaptado. Os princípios de interpretação foram extraídos das páginas 16 e 17 da obra aludida. Não foi pretendido aqui originalidade, em hipótese alguma, senão oferecer conceitos hermenêuticos para auxiliar os leitores hodiernos. 

Você sabe o que significa, biblicamente, variedade de línguas?

O apóstolo Paulo em 1ª Coríntios 12.10 menciona ‘variedade de línguas’. Este dom espiritual não é concedido a todos os crentes, mas àqueles que são outorgados deve ser exercido visando o proveito comum. Isto porque todo legítimo carisma proveniente do Espírito tem o objetivo de edificar a igreja. 

Dito isso, passo a analisar sucintamente a expressão que consta no original grego: ετέρω γένη γλωσσών. O primeiro vocábulo é ‘hetero’. Heteros significa diferente. Em Atos 2.4, o pronome empregado para ‘noutras’ [línguas] é ‘heterais’, isto é, diferentes das que eles estavam acostumados a falar. 

A segunda palavra é importantíssima para a compreensão do dom espiritual descrito por Paulo como ‘variedade de línguas’. ‘Genē’ (plural) – genos está associado sempre a parentes, prole, família, raça, tribo, nação. Pode significar a nacionalidade ou descendência de uma pessoa em particular. 

O último termo é ‘glosson’ (substantivo genitivo feminino plural). Glossa – significa língua como membro do corpo, órgão da fala; língua, idioma ou dialeto usado por um grupo particular de pessoas, diferentes dos usados por outras nações.

Diante do exposto posso numa tradução livre definir ‘variedade de línguas’ como a capacidade de falar em várias e/ou diferentes línguas étnicas. Pelo menos é isto que o verso aludido diz, e desta maneira creio.

Dicas para pregadores de "primeira viagem" - Parte 1

Seguem nessa singela postagem algumas sugestões para os pregadores de ‘primeira viagem’. Antes, porém, parto do princípio de que vocês são crentes em Jesus e, por motivos vários foram convidados a pregarem a Palavra de Deus.

Diante disso, explicito tanto a responsabilidade quanto o privilégio que cada um de vocês tem. Estas duas coisas devem ser guardadas no coração e mente de todo o pregador. É natural que vocês encontrem-se nervosos, senão temerosos. Sendo que isso é perfeitamente normal, coisa da nossa própria humanidade. No entanto, vocês foram convidados para uma tarefa sublime que requer algumas coisinhas. Não esperem que seja como receita de bolo, algo pronto. Não, não é assim. Existem particularidades e nuances. Por isso, cada um deve ajustar a sua realidade.

Acho importante serem gratos a Deus por terem sido confiados em expor a Palavra de Deus. Então, com gratidão no coração segue-se a oração. Esta é essencial para o bom andamento do preparo e exposição da mensagem divina. Faça oração, seja objetivo. Peça a Deus orientação sobre o trecho a ser lido e selecionado para basear-se o preparo do esboço.

(Faço uma pausa. Existem algumas pessoas que tem resistências em relação à utilização de esboços. Eu, particularmente, fico muito mais a vontade com eles, pois me norteiam na hora da pregação e dessa maneira evito divagações. Contudo, ainda que vocês não usem esboços, há ao menos reconhecer de que precisam escolher o texto bíblico, lê-lo, entendê-lo para fazer as devidas aplicações).

Apesar de ter colocado a oração em primeiro lugar, quero que entendam que todo o processo de preparo e de entrega da mensagem necessita ser regada a oração, certo? Acho interessante escolher um texto sacro que tenha a ver com a temática, por exemplo, se a programação é de cunho evangelístico penso que por coerência deve-se apropriar-se de um trecho com o mesmo teor. Isto está relacionado ao objetivo da pregação.

Escolhido o texto sugiro que façam leitura tanto em voz baixa quanto em voz alta - posteriormente. Entendo que vocês precisam ‘familiarizar-se’ com o trecho sagrado. A leitura atenta e bem feita é indispensável. Se alguns de vocês tiverem dificuldades [com leitura], leiam devagar, quantas vezes forem necessárias, afim de compreendam realmente o que está sendo lido. Prestem atenção nos verbos, pois estes exprimem ação!

Suponhamos que eu pregue em João 3.16. Trecho áureo - bastante conhecido. Eu, mesmo pautando-me no verso vou considerar não apenas o capítulo 3 inteiro, como o Evangelho de João todo! Por isso, acho sumamente importante saber o que antecede o texto aludido assim como o que vem depois. Significa que caso não saiba o contexto optaria em ler o Evangelho numa só assentada, preferencialmente, só para ter uma ‘visão panorâmica’ do livro em questão. Investiria algumas horas na leitura cuidadosa desse estimado Evangelho.

Selecionado e lido o texto, buscaria nele a ideia central. Nem sempre é fácil ‘descobrir’ a ideia fulcral, mas não arredaria o pé dali enquanto não tivesse essa noção. E, as ideias periféricas precisam ser ‘descobertas’. Além da dica de observar os verbos no trecho bíblico é bom salientar de que cada parágrafo tem uma ideia de pensamento [autoral]. Então, compete ao intérprete contemporâneo descobri-la. Atente para a repetição, o autor, por exemplo, pode usar termo sinônimo para reforçar o que ele tem em mente.

Uma vez que vocês entenderem o texto aludido poderão agora passar para a interpretação deste. Requer conhecimento histórico, social, linguístico, religioso, etc e tal. Estas informações poderão ser obtidas através de dicionários e comentários bíblicos. Depois disto terão mais chances de fazerem aplicações plausíveis. (Continua)

Princípios Batistas - A Autoridade

1 - Cristo como Senhor


A fonte suprema da autoridade cristã é o Senhor Jesus Cristo. Sua soberania emana da eterna divindade e poder – como o unigênito filho do Deus Supremo – de Sua redenção vicária e ressurreição vitoriosa. Sua autoridade é a expressão de amor justo, sabedoria infinita e santidade divina, e se aplica à totalidade da vida. Dela procede a integridade do propósito cristão, o poder da dedicação cristã, a motivação da lealdade cristã. Ela exige a obediência aos mandamentos de Cristo, dedicação ao Seu serviço, fidelidade ao Seu reino e a máxima devoção à Sua pessoa, como o Senhor vivo. A suprema fonte de autoridade é o Senhor Jesus Cristo, e toda a esfera da vida está sujeita à sua soberania.

2 - As Escrituras


A Bíblia fala com autoridade porque é a palavra de Deus. É a suprema regra de fé e prática porque é testemunha fidedigna e inspirada dos atos maravilhosos de Deus através da revelação de si mesmo e da redenção, sendo tudo patenteado na vida, nos ensinamentos e na obra salvadora de Jesus Cristo. As Escrituras revelam a mente de Cristo e ensinam o significado de seu domínio. Na sua singular e una revelação da vontade divina para a humanidade, a Bíblia é a autoridade final que atrai as pessoas a Cristo e as guia em todas as questões de fé cristã e dever moral. O indivíduo tem que aceitar a responsabilidade de estudar a Bíblia, com a mente aberta e com atitude reverente, procurando o significado de sua mensagem através de pesquisa e oração, orientando a vida debaixo de sua disciplina e instrução. A Bíblia, como revelação inspirada da vontade divina, cumprida e completada na vida e nos ensinamentos de Jesus Cristo é a nossa regra autorizada de fé e prática.

3 - O Espírito Santo


O Espírito Santo é a presença ativa de Deus no mundo e, particularmente, na experiência humana. É Deus revelando Sua pessoa e vontade ao homem. O Espírito, portanto, é a voz da autoridade divina. É o Espírito de Cristo, e sua autoridade é a vontade de Cristo. Visto que as Escrituras são produto de homens que, inspirados pelo Espírito, falaram por Deus, a verdade da Bíblia expressa a vontade do Espírito, compreendida pela iluminação do mesmo.
Ele convence os homens do pecado, da justiça e do juízo, tornando, assim, efetiva a salvação individual, através da obra salvadora de Cristo. Ele habita no coração do crente, como advogado perante Deus e intérprete para o homem. Ele atrai o fiel para a fé e a obediência e, assim, produz na sua vida os frutos da santidade e do amor.
O Espírito procura alcançar vontade e propósito divinos entre os homens. Ele dá aos cristãos poder e autoridade para o trabalho do Reino e santifica e preserva os redimidos, para o louvor de Cristo; exige uma submissão livre e dinâmica à autoridade de Cristo, e uma obediência criativa e fiel à palavra de Deus.
O Espírito Santo é o próprio Deus revelando sua pessoa e vontade aos homens. Ele, portanto, interpreta e confirma a voz da autoridade divina.

Deus está morto ou não?

A asseveração de Nietzsche de que Deus está morto é paradoxal. Afinal de contas, Deus sendo Eterno como assim estaria morto? Certamente, o autor da frase não queria dizer que Deus tinha deixado de existir, isto é, morrido. Ele questionava se era razoável ter fé em Deus e pautar nossas atitudes nisso. Ele, então, recusava Deus, entendendo que os demais poderiam se livras dos valores impostos.  

Hoje em dia muita gente discorda veementemente do filósofo supracitado, porém, age como se Deus tivesse morrido. Vive numa comunidade cristã ditando as normas sem ao menos considerar as coisas em oração à Deus. Dito de outra forma, tomam decisões eclesiásticas sem consultar a vontade de Deus. Neste caso, age como se Deus não existisse ou morto estivesse.

Não tenho tempo para abordar a questão de maneira ontológica, mas apenas fomentar uma reflexão no distinto ledor. Isto porque às vezes critica-se de maneira contundente algo, quando está agindo de forma semelhante. 

Para o autor deste blog Deus não está morto, naturalmente, mas não pode agir como se Ele não existisse, por isso que busca ouvi-lo cotidianamente através da Bíblia. Deus está vivo e fala até hoje por meio das Escrituras Sagradas.

Missiologia: o que é isso?

Várias são as definições de missiologia. Uma delas é que missiologia é “a ciência ou estudo de missões”. Já Orlando Costa acerca de missiologia diz que é “a crítica sobre a práxis da missão que interpreta e questiona o passado e o agora da fé, buscando e se projetando para o futuro a fim de corrigir, fortalecer, suster ou totalmente mudar o desempenho missionário da igreja”. Ainda outra definição sugestiva é da parte de Verkuyl: “é o estudo das atividades salvíficas do Pai, Filho e Espírito Santo através do mundo, orientadas para trazer o reino de Deus à existência”.
A missiologia é uma ciência interdisciplinar. Abrangem disciplinas bíblicas, teológicas e históricas, a ética, a hermenêutica, a ciência da religião e ainda disciplinas seculares como a antropologia, a sociologia, a estatística e a comunicação. A missiologia emprega cada uma destas, a fim de refletir sobre a identidade e tarefas missionárias da igreja em dado momento histórico e cultural.
A missiologia ajuda a igreja e o missionário a levar em conta o seu contexto missionário, de tal modo que o evangelho seja transmitido mais claramente em relação a audiência e mais fielmente em relação a Deus.

Nota: Texto deste autor publicado no então blog Missiologia Brasileira. Este, depois de alguns anos foi desativado. 

Mateus 1.18-25

         Um acontecimento extraordinário sem dúvida foi à vinda do Filho de Deus ao mundo, conseguinte sua encarnação. A genealogia de Mateus 1.1-17 tem a intenção explícita de apresentar os direitos de Jesus Cristo ao trono de Davi.

Basta lembrar que durante 400 anos houve um silêncio de Deus. Nenhuma anunciação profética nesse período. O que certamente aumentou a expectativa geral pelo Salvador!
O evangelho relaciona Jesus com as promessas messiânicas apresentando-o como filho de Davi, filho de Abraão - conforme árvore genealógica. Além disto, não é a toa que recebeu esse nome, pois Jesus significa “Iavé é a salvação”. E o título Cristo significando “Ungido” é equivalente a Messias
Relata a entrada do Salvador no mundo. Diz que José está desposado com Maria. Sendo que esta se encontrou grávida. Por isso, pensou em deixa-la em segredo, mas era homem justo. Contudo, o fruto do ventre de Maria era proveniente do Espírito Santo.
O Salmo 130.8 diz “Ele remirá a Israel de todas as suas iniquidades”. Jesus é gerado pelo Espírito para libertar o povo de Deus dos pecados deles. Jesus nasceu por obra do Espírito Santo de Deus! Nascimento virginal, portanto.
Na concepção judia o Espírito Santo era quem trazia a verdade de Deus aos homens. Cria-se que o Espírito de Deus capacitava os homens a reconhecerem essa verdade quando a vissem. Inclusive relacionava o Espírito particularmente com a obra da criação. E, acima de tudo com a obra da recriação (Ezequiel 37.1-14 – Vale dos ossos secos).
No versículo 23 de Mateus do capítulo supracitado evidente está que Jesus é a imagem do Deus invisível. É o Emanuel – Deus conosco. Habitou entre nós, cheio de graça e verdade. Ao encarnar-se não era apenas homem para ser Rei, como também para ser Salvador.
O evangelista quer mostrar aos judeus que Jesus é o Messias. Ele veio ao mundo não por seu próprio interesse, mas sim por todos nós, os seres humanos, para a nossa salvação.
A vida é sublime quando Jesus nos ensina a olhá-la. Quando transforma a nossa mente e muda nosso coração vemos tudo de modo diferente, visto que, Jesus abre nossos olhos para que possamos ver de verdade.
Jesus nos possibilita ver Deus e capacita o homem a ser quem deveria. Ele é a virtude criadora que desceu aos homens. É o poder recriador que liberta as almas dos homens da morte causada pelo pecado. É o Salvador do mundo.

Pós-escritoA narração do evangelista é que o Espírito Santo age no nascimento de Jesus de uma maneira sem precedentes. Nascido de mãe virgem por ação do Espírito.
Dentro da ação criadora de Deus existe algo que a biologia denomina de partenogênese que é o desenvolvimento de um ser vivo a partir de um óvulo não fecundado. Refere-se a um tipo de reprodução assexuada de animais em que o embrião se desenvolve de um óvulo sem ocorrência da fecundação. Alguns tipos de vermes, de insetos e uns poucos animais vertebrados, como certas espécies de peixes, de anfíbios, e de répteis, se reproduzem por partenogênese ou agamia. As abelhas são um desses seres vivos.

Mais ataques russos contra civis ucranianos. Isso tem que parar!

Gosto de escrever sobre teologia e afins, porém, não tem como me calar diante da atrocidade do presidente da Rússia contra civis ucranianos. Putin, como líder,  mostra o seu lado mais cruel e desumano. Ademais, se mostra como grande covarde. 

A alegação de que a Ucrânia colocava a soberania russa em xeque caso adentrasse para a Otan não se sustenta, pois nenhum país muito menos um conjunto de países iria atacar uma potência nuclear. Logo, a Rússia jamais ficará indefesa. Afinal, armas nucleares não são feitas para serem usadas, mas como dissuasão. 

Não bastasse invadir a Ucrânia e sair destruindo tudo pela frente, inclusive cometendo crimes de guerra, agora num revide descomunal ataca civis. Em minha opinião a Rússia por invadir e fazer guerra contra um país livre e soberano deveria deixar o assento do conselho de segurança da ONU que lhe dar poder de veto, pois nesse caso é o Estado agressor não tendo condições morais para tratar sobre a temática, não podendo se colocar como árbitro. 

Registro meu repúdio sobre os ataques as infraestruturas ucranianas que afetam diretamente os cidadãos do país, além de matar inúmeros civis. Que os países, inclusive o Brasil, se posicionam firmemente contra as atrocidades do mandatário russo.  


Graça permeada na vida de Paulo e na igreja de Cristo

O apóstolo Paulo era pessoa segura – não temia nem a vida nem a morte! Ele passou provações em sua vida e ministério, a sua fé concedeu vitória em meio a todas elas.
O saudoso pastor Isaltino Gomes disse certa vez que a pessoa pode ter uma tonelada de fé, mas se não houver um grama de graça não terá valia. Esta sentença adaptada [por mim] foi dita dentro de contexto especifico, porém, norteia aqui a ideia bíblica.
Aprende-se com a vida do apóstolo que o poder divino mediante a graça o sustentou. Além disto, trabalhou por meio dele para trazer vida [espiritual] a outrem.
Nunca pensamos em graça como privilégio de sofrer. Sendo que a ótica paulina difere da nossa. Veja o que ele diz: “Porque a vós vos foi concedido, em relação a Cristo, não somente crer nele, como também padecer por ele” (Filipenses 1.29).
Como asseverou alguém a graça de Deus é a mais escandalosa de todas as mensagens cristãs. Li algures [também] que a única mensagem que existe em Jesus é acerca da graça eterna de Deus.
Embora exista em certa medida um antropocentrismo contemporâneo, certamente o homem não é o centro do universo. Tampouco a igreja é central. O centro de tudo e todos é Deus.  Por causa disto o propósito final de nossa existência, do nosso labor terreno, nosso sofrimento bem como da própria igreja é a glória divina.
Karl Barth disse certa vez que “a graça deve expressar na vida, senão não é graça”. Quando a igreja evangeliza e faz missões, leva a graça, na verdade vive com graça e na graça. Que aja sempre com graça para com os outros.

Cora Coralina: Uma mulher marcante

Gostaria de mencionar uma mulher que marcou minha vida: Cora Coralina. Grande poetisa. Sua linguagem simples cativou minha alma desde a tenra idade.

Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina. O saber se aprende com mestres e livros. A Sabedoria, com o corriqueiro, com a vida e com os humildes. O que importa na vida não é o ponto de partida, mas a caminhada. Caminhando e semeando, sempre se terá o que colher”.

segunda-feira, 10 de outubro de 2022

Boa nova ou notícia falsa?

Como crente em Jesus preciso anunciar a boa nova, consequentemente, ter bom testemunho na sociedade que estou inserido. Não faço proselitismo, nunca pesquei em aquário alheio, mas proclamo a boa notícia ao mundo: Jesus
Lamentavelmente, tenho visto muita gente que se diz crente que em vez de anunciar a Jesus tem propagado notícia falsa. Esse não deve ser o papel do crente. Aliás, biblicamente tal postura é condenada. Toda e qualquer notícia falsa ou fraudulenta precisa ser rechaçada pelo discípulo de Cristo. Afinal de contas, Jesus é a verdade e enviou o Espírito da verdade.
Por isso, chamo a atenção de todo seguidor do Mestre que deve propagar a boa nova do evangelho jamais notícia falsa. 

Eu, um cristão denominado batista

Converti-me durante a leitura da Bíblia. Isso foi há mais de trinta anos. Pois bem, procurei uma igreja batista, desci às águas batismais. Tornei-me desde então, crente batista. Sou grato a Deus por fazer parte deste arraial. Confesso que este fez mais por mim do que eu por ele. Como agradeço a Deus por pertencer a denominação batista! Mais tarde, me formei num seminário teológico confessional. Fui consagrado ao ministério pastoral. Servi alguns anos como missionário, também. 
Nos últimos anos tenho percebido que muitos que se dizem batistas não conhecem as doutrinas sequer os princípios batistas, razão estas de postar nesse blog, gradativamente. Se deseja saber e conhecer mais sobre os princípios é só acompanhar as postagens. Se desejar entrar em contato comigo, eis o meu e-mail: pr.gustavoluiz@yahoo.com.br
Terei imenso prazer em receber e responder. Abraço Fraterno.   

Princípios Batistas - O Indivíduo (3)

3 - Sua liberdade

Os Batistas consideram como inalienável a liberdade de consciência, a plena liberdade de religião de todas as pessoas. O homem é livre para aceitar ou rejeitar a religião; escolher ou mudar sua crença; propagar e ensinar a verdade como a entenda, sempre respeitando direitos e convicções alheios; cultuar a Deus tanto a sós quanto publicamente; convidar outras pessoas a participarem nos cultos e outras atividades de sua religião; possuir propriedade e quaisquer outros bens necessários à propagação de sua fé. Tal liberdade não é privilégio para ser concedido, rejeitado ou meramente tolerado – nem pelo Estado, nem por qualquer outro grupo religioso – é um direito outorgado por Deus.
Cada pessoa é livre perante Deus em todas as questões de consciência e tem o direito de abraçar ou rejeitar a religião, bem como de testemunhar sua fé religiosa, respeitando os direitos dos outros.

Princípios Batistas - O Indivíduo (2)

2 - Sua competência

O indivíduo, porque criado à imagem de Deus, torna-se responsável por suas decisões morais e religiosas. Ele é competente, sob a orientação do Espírito Santo, para formular a própria resposta à chamada divina ao evangelho de Cristo, para a comunhão com Deus, para crescer na graça e no conhecimento de nosso Senhor. Estreitamente ligada a essa competência está a responsabilidade de procurar a verdade e, encontrando-a, agir conforme essa descoberta, e partilhar a verdade com outros. Embora não se admita coação no terreno religioso, o cristão não tem a liberdade de ser neutro em questões de consciência e convicção. Cada pessoa é competente e responsável perante Deus, nas próprias decisões e questões morais e religiosas.

Princípios Batistas - O Indivíduo (1)

1 - Seu valor

A Bíblia revela que cada ser humano é criado à imagem de Deus; é único, precioso e insubstituível. Criado ser racional, cada pessoa é moralmente responsável perante Deus e o próximo. O homem, como indivíduo, é distinto de todas as outras pessoas. Como pessoa, ele é unido aos outros no fluxo da vida, pois ninguém vive nem morre por si mesmo.
A Bíblia revela que Cristo morreu por todos os homens. O fato de ser o homem criado à imagem de Deus, e de Jesus Cristo morrer para salvá-lo, é a fonte da dignidade e do valor humano. Ele tem direitos, outorgados por Deus, de ser reconhecido e aceito como indivíduo sem distinção de raça, cor, credo, ou cultura; de ser parte digna e respeitada da comunidade; de ter a plena oportunidade de alcançar o seu potencial. Cada indivíduo foi criado à imagem de Deus e, portanto, merece respeito e consideração como uma pessoa de valor e dignidade infinita.

O pastor pode se candidatar a cargo político?

Esta pergunta foi feita por um amigo, crente em Jesus. Entendo que toda pessoa é político, mas não significa que é ligado a algum partido político. Nesse caso, uma vez que o pastor é político seria de bom alvitre ser apartidário. 

Não obstante, o pastor como cidadão pode sim, se candidatar a cargo político, porém, não deve. Valendo-se do versículo clássico, o pastor pode se candidatar, porém, não convém. Embora possa se candidatar, penso que não seja conveniente. 

"Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas me convém" - (1ª Coríntios 6.12)

Púlpito não é palanque eleitoral

O púlpito é o lugar onde o pastor prega a Bíblia O pastor não tem mensagem própria, deve anunciar somente a Palavra de Deus.

O pastor precisa se esmerar para proclamar a Bíblia mantendo-se leal a Jesus e fiel as Escrituras. 

O pastor nunca deve franquear o acesso ao púlpito para candidato político. Afinal de contas, púlpito não é palanque político e/ou eleitoral.

Que diz a Bíblia sobre falar em línguas?

Vez ou outra acesso site e/ou blog em outros idiomas. No presente caso cujo título foi traduzido ao pé da letra é em espanhol. Gosto de saber o que crentes em outras terras pensam sobre a temática. Colocarei as ideias do articulista de maneira fidedigna. Os textos bíblicos citados serão mantidos. Depois tecerei comentários sobre o artigo sucinto desejando lançar luz e desfazer equívocos. Neste caso darei atenção mais as referências escriturísticas. 

O articulista fala que o dom de línguas é dom espiritual, mas que buscará o seu significado. Afirma que o dom de línguas consiste numa fala em que a pessoa mesma não sabe, sendo desconhecida, visando tanto a edificação própria quanto da igreja. 

Assevera que o próprio Cristo tinha dito que as pessoas falariam em novas línguas (Marcos 16.17). E informa que os apóstolos, por exemplo, pregaram o evangelho em línguas e foram entendidas por pessoas de diversas nações (Atos 2.1-12). 

Adiante, menciona o ensino paulino (1 Coríntios 12-14) sobre línguas no qual se refere como línguas que as pessoas não entendem, desconhecidas portanto. Estas seriam para o benefício pessoal e, quando interpretadas edificariam a igreja toda. 

O que diz a Bíblia sobre o dom de falar em línguas? Segundo o autor grande parte do ensino encontra-se na carta de Corinto. Ele suspeita que muitos receberam o dom espiritual em questão, porém, não estavam usando corretamente na reunião cúltica. Alega que Paulo quis orientar os crentes no propósito divino (1 Coríntios 12.1-4). Mostrando que o dom de línguas é um entre vários que é concedido para a edificação do corpo de Cristo. 

Falando em línguas para a edificação é outro tópico do autor. Diz que a fala em línguas por si só beneficia a pessoa. Neste caso, o indivíduo é edificado. Seriam coisas colocadas no espírito humano que não poderiam ser colocadas em palavras. Esclarece que a melhor maneira da igreja receber a edificação é através da profecia. Todavia, a fala em línguas na igreja pode ser benefício para todos os membros se for interpretada para ser compreendida.Quando usado dessa maneira, o dom de línguas deve ser usado para enfatizar a mensagem espiritual, e não apenas porque você se sente fortemente emocional. Desta forma, outros além daquele que fala em línguas serão edificados.

Aborda ainda que o dom de línguas é um sinal para os incrédulos. Haveria outro motivo pelo qual o dom de línguas é dado (1 Coríntios 14.21-22). Dessa forma, poderia beneficiar aqueles que assistem o culto, porém, não confessaram Jesus como Salvador.

Por último indaga: quem recebe esse dom espiritual? Evoca 1 Coríntios 12.28-3 para afirmar que nem todos recebem o referido dom. Assim, conclui que só alguns recebem o dom de línguas. Afirma que o dom de línguas não tem, necessariamente, nada a ver com maturidade espiritual. Não obstante, quando se utiliza apropriadamente o dom pode ser usado para benefício próprio ou ainda para a edificação da igreja.

Até aqui, traduzi e fiz ligeira adaptação, sem prejuízo para o texto aludido, visto que não seria leviano. Agora, sim, meus apontamentos:

O articulista classificou como dom de línguas na forma de linguagem desconhecida. Eis um erro grosseiro. Explico: as novas línguas conforme o evangelho de Marcos não consiste em línguas ininteligíveis, porém, inteligíveis. Seriam línguas "desconhecidas" para os falantes, mas conhecidas por pessoas de respectivos grupos étnicos. Marcos não diz que seriam línguas que ninguém entendem, incompreensíveis.

Atos 2 foi aludido como línguas desconhecidas no sentido de incompreensíveis. Sendo que o texto sacro mostra que os discípulos foram capacitados pelo Espírito Santo a falarem, não numa língua desconhecida, mas em línguas conhecidas. As línguas em Atos foram, sem dúvida, idiomas humanos. E, as pessoas das nacionalidades ali representadas só compreenderam porque verdadeiramente línguas estrangeiras foram faladas pela atuação do Espírito Santo. Algo miraculoso, portanto.

No tocante as línguas descritas em Corinto há inúmeras discussões hodiernas, porém, não vou me prender a esses debates intermináveis. Entretanto, fica claro principalmente quando analisa-se a língua grega -usada na composição do Novo Testamento, que ao descrever variedade de línguas o apóstolo Paulo refere-se a várias línguas étnicas. Não está na mente do apóstolo língua desconhecida, isto é, incompressível.

Quando o apóstolo coloca a lista dos dons espirituais frisa que a concessão é para proveito comum. Não é a toa que o dom visa a edificação da igreja. Ao dizer que o que fala em língua edifica a si mesmo, soa-me como uma ironia, visto que denota egoísmo.

Ao mencionar línguas desconhecidas como sinal para os incrédulos, comete outra derrapagem na interpretação textual, pois o apóstolo cita Isaías 28.11 que versa sobre línguas estrangeiras. Logo, a associação com língua desconhecida é improcedente. Apesar disto, línguas inteligíveis, ou seja, conhecidas, de fato, é sinal para os descrentes.

Variedade de línguas não é concedido a todos os crentes, pois nem todos recebem tal dádiva, ainda assim, sempre será na forma de línguas conhecidas.

Guerra da Rússia e Ucrânia

No início do ano a Rússia mobilizava um número expressivo de soldados nas fronteiras ucranianas. O presidente Putin dizia tratar-se de exercícios militares, só isso.

Ao invadir o país vizinho adequou-se o discurso de que havia nazistas, tentando assim justificar a operação militar especial que na prática é guerra. No entanto, o termo "guerra" não pode ser mencionado por ninguém, dentro do território russo, sob o risco de ser preso e sentenciado por cerca de dez anos, ao menos.  

Inúmeros crimes de guerra foram cometidos pelos russos, todos esses devem ser creditados à pessoa do presidente que invadiu um país livre e soberano num plano insano. Sei que sempre negará tais atos cruéis, porém, contra fatos não há argumentos. 

Após anexação indevida e vergonhosa, ameaça utilizar arma nuclear. Tudo isso faz sentido com a mente maquiavélica do líder russo. Penso que está falando a verdade nesse caso, porém, sua biografia manchada de sangue ficará pelo restante da história. 

Naturalmente, sou a favor da paz. Gostaria de um cessar imediato da parte russa, ainda mais, que pagasse indenização a cada família que perdeu um ente querido, e arcasse com a reconstrução de tudo o que foi destruído na Ucrânia. Sei que tudo isso não será feito, porque destruir é fácil, porém, fazer algo bom e correto é dificílimo, principalmente para o referido presidente. 

sábado, 8 de outubro de 2022

Doutrinas e práticas batistas devem ser, somente, nossa preocupação.

Na década de 90 cogitou-se que a causa da divisão de igrejas batistas por práticas pentecostais fossem por causa da proliferações de seminários. Ledo engano.

Primeiro é bom que se diga alto e bom som que seminário não faz o aluno, ao contrário, o aluno que faz o seminário. Tem aluno que passa pelo seminário, porém, não permite que o seminário passe por ele.

Segundo que a existência de seminários não oficiais faz com que a “concorrência” seja salutar. Além disto, há seminários sérios e bem administrados com excelente corpo docente que contribui bastante com a formação teológica dos futuros pastores.

É digno de nota que os grandes rachas denominacionais não foram causados por egressos dos seminários não oficiais, porém, de graduados que saíram dos seminários oficiais, confessionais, portanto.

Os seminários confessionais ou não, nunca ensinam práticas pentecostais. Pessoas que fizeram teologia, foram sabatinados num concílio, conseguinte consagrados, depois de algum tempo ministerial por incapacidades espirituais, doutrinárias e teológicas partem para outras práticas que não são batistas.

Penso que não deve-se preocupar e/ou ocupar com estudos sobre práticas e doutrinas pentecostais, mas sim, estabelecer o que vem a ser as práticas e doutrinas batistas. Só assim teremos condições de saber quem, de fato, é batista uma vez que serão colocados os parâmetros. 

quinta-feira, 6 de outubro de 2022

Peço licença...

Chegou-se o tempo que tenho de pedir licença no meandro religioso por acreditar somente na revelação divina devidamente registada na Bíblia.

Quando me converti fui ensinado de que a Bíblia é a única regra de fé e prática. Aprendi que a Bíblia é completa; daí o conceito da suficiência das Escrituras. 

Então, conclui que em matéria de fé a Bíblia é normativa e autoritativa. Ademais, se é completa não pode-se acrescentar nada tampouco subtrair. Ela basta, portanto.

Todavia, diante de tanta revelação que não está na Bíblia, embora seja atribuída a Deus sou instado a crê na revelação contemporânea. Recuso-me! Apesar da insistência de muita gente não concebo em minha mente e coração. 

Peço licença, então, para acreditar e pautar minha vida calcada só na Bíblia Sagrada. Isto porque na mente e coração deste só há espaço para todo teor escriturístico. Sola Scriptura!

A doutrina do batismo no Espírito Santo

Ao contrário do que alguns pensam o batismo no Espírito Santo como subsequente à conversão não foi crido e ensinado no decorrer dos séculos. Trata-se de um ensino propalado no início do século 20, nos Estados Unidos. A afirmação de que o tal ensino sempre esteve presente, com a evidência de línguas estranhas, carece de fundamentação histórica. 

Ademais, nos séculos anteriores acreditou-se que o dom de línguas consistia na capacidade dada pelo Espírito Santo ao crente para falar em línguas estrangeiras. Só no começo do movimento chamado pentecostal que introduziu a ideia de línguas estranhas ser a evidência do batismo no Espírito Santo. 

De qualquer forma, o batismo no Espírito Santo como obra posterior a regeneração ficou popularizado como "segunda benção". Embora, muitos se referissem a "revestimento de poder", entre outras expressões. 

Muitos textos são usados, indevidamente, para tentar sustentar o ensino de que se deva buscar o batismo no Espírito Santo após a conversão, porém analisando as passagens não se obtém o mesmo entendimento apregoado hodiernamente. Por exemplo, em Marcos 16.17 diz o texto que seriam faladas novas línguas. Apressadamente, e à luz dos acontecimentos recentes, deduziram que se referiam a línguas estranhas. Contudo, numa leitura a partir do texto em grego verifica-se que o autor não tinha isso em mente. Outro, Atos 2.4, as línguas que foram concedidas que falassem foram indubitáveis idiomas humanos. Não tendo nada a ver com as línguas estranhas contemporâneas.

A profecia de Joel 2,28,29 é evocada muitas vezes por pessoas querendo sustentar essa doutrina nova, quando se compara aos mais de dois mil anos de história do cristianismo, mas trata-se do derramamento do Espírito Santo a toda a carne, aludindo a todas as pessoas; não algumas pessoas. 

João, o Batista disse que Jesus batizaria no Espírito Santo (Mateus 3.11). Esta profecia cumpriu-se cerca de três anos depois no dia de Pentecostes. A cena descrita é de Jesus sendo o batizador, mergulhando o candidato no Espírito Santo. 

Lucas, enfatiza o poder ao receber o Espírito Santo. As pessoas receberiam o Espírito Santo como consequência receberiam poder do alto para ser testemunhas de Jesus (Lucas 24.49). O Espírito Santo habitando no discípulo transferiria o poder espiritual (Atos dos Apóstolos 1.8). Este é resultante da presença de Deus no crente. É bom atentar para João que disse que o Espírito Santo só viria após Jesus ser glorificado (João 7.38,39).  

Voltando para o texto clássico, Atos 2.1-4, observe que os discípulos eram todos judeus. Já seguiam a Jesus, porém, receberiam o Espírito Santo justamente naquele dia memorável - na festividade de Pentecostes. Aqueles discípulos viveram debaixo da antiga e da nova aliança. Aprouve a Deus que todos recebessem o Espírito Santo. Nenhum discípulo ficou sem o dom do Espírito. Todos foram batizados no Espírito Santo (Atos 1.5), simultaneamente cheios do mesmo [Espírito]. Este concedeu a capacidade de falarem em várias línguas, línguas conhecidas. Houve fenômenos audíveis e visíveis no dia de Pentecostes quando todos os crente receberam o Espírito Santo. 

Nós não precisamos se dirigir a cidade de Jerusalém, muito menos ficar aguardando o batismo no Espírito Santo, pois segundo as palavras de Pedro (Atos 2.37-39) as duas condições para receber, graciosamente, o dom do Espírito Santo é arrependimento e em Jesus, justamente as mesmas condições da salvação. Não é preciso esperar, buscar, mas tão somente receber o próprio Espírito Santo na ocasião da conversão. Este é o ensino petrino, paulino, enfim, o ensino apostólico.

Todos que vão se convertendo são virtualmente batizados no Espírito Santo, são imersos no Espírito, introduzidos assim no corpo de Cristo, isto é, a igreja. É a promessa destinada a todos, indistintamente. 

Existem conceitos errôneos sobre o batismo no Espírito Santo pautados nas experiências humanas, vejamos alguns: a ideia de que deve buscar o batismo espiritual. inexiste mandamento nesse sentido. A ordem bíblica é buscar a plenitude do Espírito (Efésios 5.18), porém, não pode ser confundido com o batismo no Espírito. Podendo acontecer ao mesmo tempo. Ainda assim, distintas. Outra ideia é que só pessoas tidas como "consagradas" recebem o batismo no Espírito. Ora, na igreja em Corinto muitos eram carnais, imaturos, entre outras coisas, mas todos tinham sido imersos no Espírito Santo (1 Coríntios 12.13). Logo, não tem ligação necessariamente com santidade. 

Como foi asseverado, todos os crentes são batizados no Espírito Santo quando entregam suas vidas a Jesus recebendo-o como único e suficiente Salvador. É no ato de conversão que o Espírito Santo é concedido ao crente que vive debaixo da nova aliança. Este é o Espírito Santo da promessa. Prometido a todos os que vão sendo salvos pela graça mediante a fé em Jesus. 

Como foi mostrado alguns textos são distorcidos, induzindo os crentes a erros. Erros que podem ser evitados através de ensino sério e sistemático. Daí a importância de fazer leitura cuidadosa e estudo criterioso. 

Atos 2.39 alude a universalidade da promessa do batismo no Espírito que equivale ao dom do Espírito Santo destinado a todos que vão ser salvos. Destarte, todos os salvos são imersos no Espírito Santo na ocasião da conversão. 

Entre os fenômenos que fizeram presentes no dia de Pentecostes nenhum deles se verificam nos grupos que desejam reproduzir o mover divino com inúmeros expediente humanos. Alegam que se baseiam no evento histórico de Pentecostes, porém, sequer as línguas são as mesmas. Terminantemente, no dia de Pentecostes não foram faladas línguas estranhas. Por isso, usar o texto de Atos 2.4 como pretexto para falar línguas desconhecidas é estranho ao texto, bem como uma deturpação do verdadeiro dom de línguas conforme descrito por Lucas.

Trago à memória que as línguas citadas por Marcos referiam-se a línguas conhecidas, conforme se deu no dia de Pentecostes. Então, querer pautar nesses textos e, apresentar outro fenômeno diferente é absurdo. Realmente, inconcebível. Alguém poderia indagar a respeito das línguas de 1 Coríntios 14. Sendo que é outro caso, não discutido aqui por questão de tempo, mas se os grupos atuais tem como modelo Atos dos Apóstolos o mínimo é apresentar o mesmo tipo de fenômeno, o que não ocorre. A questão é: apoiar-se em Atos para promover ensino de que línguas estranhas é a evidência inicial do batismo no Espírito Santo sabedor que lá no Pentecostes ocorreu línguas conhecidas é o fim da picada. 

terça-feira, 4 de outubro de 2022

Experiências...

Na internet tem de tudo! Muita coisa mesmo, porém, não significa que todo conteúdo é verdadeiro, e que precisa ser copiado. Aliás, temos o péssimo hábito de sair propalando as coisas sem ver a veracidade, agimos como meros repetidores sem nenhum tipo de reflexão e senso crítico. Não é a toa que engolimos moscas, muitas moscas.

Numa das redes sociais mais acessadas no país certa pessoa conta a sua experiência do chamado batismo com o Espírito Santo. De início afirmo que tal pessoa é sincera e cheia de boa intenção, divulga com o desejo de ajudar outras pessoas. Contudo, apesar de bem intencionada, incorre em erro e, pior induz outros ao mesmo erro.

Começa citando a Bíblia, um versículo fora do contexto, depois outro dessa vez no evangelho de João onde menciona que o Espírito Santo seria dado de uma vez por todas, para sempre. Não obstante os textos sacros ditos de maneira indevida, fala que sua experiência foi algo marcante, pois havia um desejo em sua alma de conseguir.

Narra que sentia-se frustrada achando que não receberia tal benção, comumente chamada de “segunda benção”. Chegava ao ponto de achar que sua oração não teria eficácia caso solicitada por outra pessoa. Mesmo convertida teve muita dificuldade, inicialmente, mas Deus foi trabalhando em sua vida. Alegou que ocorreu uma obra sobrenatural em sua vida. Ora, toda ação divina é de cunho sobrenatural. Sendo que enfatiza isso.

Teve um sonho sendo batizada no Espírito Santo. Isto ficou gravado na sua mente e coração. Numa reunião cúltica houve uma cura mediante oração feita pela mesma. Foi então que um líder religioso disse-lhe que seria batizada no Espírito naquele mesmo dia. Houve certa ansiedade naquele ínterim, até que na vigília de oração teve uma visão. Durante a visão foi então batizada no Espírito, imediatamente falando em línguas estranhas. A partir daí obteve a direção de Deus em tudo.

Encoraja as pessoas a buscar o batismo com o Espírito, apesar de sua experiência não haver tal busca. De qualquer forma está registrada a experiência dela. Se queria falar, assim fez, porém, não deve ser tomada como padrão.

Agora, teço comentários: primeiramente, a Bíblia é a única regra de fé e prática. Esta é normativa e autoritativa. Nenhuma experiência por mais sincera e legítima que seja poderá constituir modelo para outrem. Segundo, que a experiência desta pessoa é completamente diferente de outra e de outra e, assim por diante. No caso dela não buscou o batismo no Espírito, mas recebeu enquanto teve uma visão. No final, sugestiona outras pessoas buscarem o batismo apesar de não ter ocorrido assim com ela. Então, deduz-se que nem a experiência dela é padrão para outras pessoas.

Em terceiro lugar destaco os versículos isolados, citados aleatoriamente, sem o desejo de entendê-los dentro de seus contextos. Como é recém convertida não foi ensinada corretamente ou não aprendeu direito. Quarto, para autenticar sua experiência menciona visão como meio de revelação. A visão não ficou clara, diria parcial. Ainda assim, trata-se de uma revelação extra bíblica, afinal não se constitui da Palavra de Deus. Ademais, a Bíblia é a revelação inspirada, inerrante, infalível, perfeita e, sobretudo completa.

Quinto, menciona línguas estranhas como sinal do batismo no Espírito. Sei que não mencionou texto de Atos dos Apóstolos, porém, baseia-se provavelmente neste livro de Lucas. Isto porque basicamente todo mundo utiliza tal livro. No entanto, as línguas da experiência hodierna não tem nada a ver com as línguas faladas no dia de Pentecostes. Sexto, usou terminologia inapropriada associando sua experiência com o selo do Espírito Santo - como obra distinta da conversão. Todavia, um novo convertido não precisa saber tudo, mas precisa ser orientado à luz da Bíblia Sagrada. Eis a hercúlea responsabilidade dos líderes religiosos contemporâneos, portanto.

Termino dizendo que temos dezenas, centenas, milhares de experiências de pessoas no arraial religioso, mais não torna-se padrão pra ninguém, exceto se estiver realmente embasado na Palavra de Deus. Admite-se que trata-se de pessoas com fé, sinceras e tementes a Deus, porém, não deve ser imitadas tampouco divulgados como padrão. A despeito das experiências, já viu o que realmente a Bíblia diz acerca do batismo com o Espírito Santo?

domingo, 2 de outubro de 2022

Homilética Prática – Thomas Hawkins, 2ª edição. Rio de Janeiro, JUERP, 1978. 108 p.

Tenho em mãos um livro de Hawkins sobre Homilética. É um manual sobre como preparar esboço visando o pregador leigo. Pautado nele darei algumas dicas. Aviso de início que seguirei as ideias principais do livro, porém, o que se verá no bojo será inteira responsabilidade de minha parte. Este não quer em hipótese alguma originalidade, não é isso que se pretende, sequer cogitou tal coisa. Contudo, a informação dada é pra evitar espanto caso alguém possua a obra aludida. 

De maneira sucinta e objetiva a homilética é a arte da pregação. Como arte pode ser aprendida e, por isso, ao alcance de todo crente em Jesus. Existe muita gente bem intencionada no que tange a pregação, porém, verifica-se que nem todo mundo está habilitado para a nobre tarefa. Antes que alguém diga que ‘quem capacita é Deus’, no qual concordo plenamente, adianto-me que isso não exime o pregador de sua responsabilidade em relação ao preparo do esboço. De fato bastante gente prega a Palavra de Deus, porém, nem sempre faz adequadamente e/ou corretamente. Sobre isso ficará esclarecido no decurso dessa exposição. Contudo, escrevo justamente para auxiliar o pregador denominado leigo. Espero realmente ser útil a cada um. 

Há muitos livros bons sobre homilética publicado em língua portuguesa. Além desta obra referida, que possivelmente encontra-se em sebo, visto que é material antigo. Recomendo outro, José da silva – Um Pregador Leigo (anteriormente publicado pela então JUERP, mas atualmente relançado pela editora Convicção em parceria com a Junta de Missões Nacionais da Convenção Batista Brasileira).

[Continua...]