quinta-feira, 20 de outubro de 2022

Declaração Doutrinária da Convenção Batista Brasileira é Calvinista?

Morava noutro estado da federação quando participei de um concílio. Antes de começar, em conversa com um colega pastor, ouvi dele que a declaração doutrinária da convenção batista brasileira era calvinista. Disse-lhe que estava equivocado. Apresentei o tópico sobre eleição que desmoronava tal entendimento:

"Eleição é a escolha feita por Deus, em Cristo, desde a eternidade, de pessoas para a vida eterna, não por qualquer mérito, mas segundo a riqueza da sua graça. Antes da criação do mundo, Deus, no exercício da sua soberania divina e à luz de sua presciência de todas as coisas, elegeu, chamou, predestinou, justificou e glorificou aqueles que, no correr dos tempos, aceitariam livremente o dom da salvação. Ainda que baseada na soberania de Deus, essa eleição está em perfeita consonância com o livre-arbítrio de cada um e de todos os homens. A salvação do crente é eterna. Os salvos perseveram em Cristo e estão guardados pelo poder de Deus. Nenhuma força ou circunstância tem poder para separar o crente do amor de Deus em Cristo Jesus. O novo nascimento, o perdão, a justificação, a adoção como filhos de Deus, a eleição e o dom do Espírito Santo asseguram aos salvos a permanência na graça da salvação". 

O grifo é deste autor. Constata-se, portanto, que não corrobora com um dos cinco pontos do calvinismo. Então, dizer que a declaração doutrinária da mais antiga convenção batista em solo pátrio é calvinista não tem respaldo. O posicionamento da presente declaração é, digamos, intermediária. Sobre isso posso tratar noutra postagem, mas esclarecido está de que a alegação do distinto colega não coadunava. 

Em tempo: a amizade não foi afetada, continua até o dia de hoje.

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